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Publicado em 30/11/2012

Custo logístico compromete, em média, 13,1% da receita de empresas brasileiras

Pesquisa inédita da Fundação Dom Cabral mostra que, em comparação com o desempenho da logística dos EUA, o Brasil perde R$ 83,2 bilhões por ano.

A Fundação Dom Cabral, por meio de seu Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística, divulgou ontem o estudo “Custos Logísticos no Brasil”, que avalia o impacto do custo logístico para as empresas brasileiras de diferentes setores da economia. A pesquisa foi realizada com 126 empresas de vários setores que, juntas, representam 20% do PIB nacional.

O estudo aponta que estas empresas comprometem, em média, 13,1% de sua receita bruta com custos logísticos. Os setores que mais sofrem são as indústrias de Bens de Capital (22,69%), Construção (20,88%) e Mineração (14,63%), que estão acima da média ponderada de custo logístico para o agregado de setores. Além disso, o Brasil apresenta um custo logístico de aproximadamente 12% do PIB, enquanto nos EUA este custo é de 8%. Comparando-se os custos logísticos/PIB destes dois países, a pesquisa conclui que o Brasil, não tendo o desempenho dos Estados Unidos, perde US$ 83,2 bilhões por ano.

O “transporte de longa distância” é o que mais pesa no custo logístico do País, participando, em média, com 38% do total do gasto logístico, seguido da armazenagem (18%), da distribuição urbana (16%) e dos custos portuários/aeroportuários (13%). “Fatores estruturais como estradas em más condições, ausência de intermodalidade de transporte e problemas relacionadas às aglomerações urbanas são vistos pelo empresariado como aceleradores do aumento de custos logísticos”, destaca Paulo Resende, coordenador do Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística da FDC e responsável pela pesquisa.

Questionadas sobre quais fatores tendem a aumentar o custo logístico no Brasil, 54,5% das empresas declararam que as “Estradas em más condições” representam a maior causa deste aumento. Também foram citadas como fatores que aumentam o custo logístico: “burocracia governamental” (51,2%), “restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos” (49,6%) e “falta de concorrência entre modais de transporte” (48,3%).

Para reduzir o custo logístico, 70,7% das empresas entrevistadas apontam como solução a “melhor gestão das ferrovias com integração multimodal”. “Essa integração poderia reduzir o custo relacionado com o transporte de longa distância, que é o que mais pesa na composição do custo logístico do País”, completa Resende. Além disso, o melhor acesso à malha ferroviária das regiões Sudeste e Sul, a mudança na cobrança de ICMS e a redução da burocracia portuária são elencados como importantes ações para a redução dos custos.

A pesquisa revela ainda que, para 65% das empresas consultadas, a terceirização da frota e dos serviços logísticos para outros operadores é a ação mais importante e efetiva, no contexto atual, para reduzir os custos logísticos.


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