Roubo de cargas aumenta custos de prevenção de empresas
Recentemente falamos no blog Inteligência de Riscos sobre alguns motivos que fazem com que os seguros de cargas sejam tão caros no Brasil: entre as razões listadas, falamos especificamente sobre os roubos de cargas. Agora, mais estudos mostram que, devido ao problema, transportadoras, fabricantes e até mesmo seguradoras vem enfrentando aumento de custos com práticas de prevenção, gerenciamento de riscos e seguros.
Um estudo sobre o impacto econômico do roubo de cargas realizado pelo Sistema FIRJAN trouxe dados alarmantes sobre a situação da segurança nas estradas do país: de 2011 a 2016 foram mais de 97 mil ocorrências deste tipo no Brasil, o que representa aproximadamente um roubo a cada 23 minutos no território nacional. O prejuízo? R$ 6,1 bilhões.
Além disso, o estudo também mostrou onde o problema está mais presente: os estados do Rio de Janeiro e São Paulo juntos representam 87,8% dos registros de casos de roubos de cargas em 2016. Em entrevista ao jornal O Globo, Eugênio Gouvêa Vieira, presidente do FIRJAN, afirma que até mesmo os consumidores estão sendo prejudicados pelo problema, pois os custos extras aplicados aos produtos para compensarem as despesas decorrentes do roubo de cargas variam de 12% a 30%.
O cenário de insegurança provocou uma mudança de postura de todas as partes envolvidas em operações logísticas: seguradoras passaram a exigir que transportadoras e fabricantes adotem práticas como monitoramento de carga, rastreamento do veículo via satélite, trava de baú, trava de quinta roda, dispositivos de alarme, baú blindado, entre outras medidas. Sem algumas dessas práticas, seguros chegam a ser rejeitados pelas operadoras ou mesmo inviabilizados devido ao alto custo de cobertura, especialmente em casos de cargas mais visadas, como eletroeletrônicos, cigarros, produtos farmacêuticos, químicos e metalúrgicos, combustíveis e bebidas.
Do outro lado, transportadoras e fabricantes reclamam dos altos custos implícitos nas operações, o que, em casos mais graves, tem provocado até mesmo a paralisação em algumas empresas. Segundo matéria do Valor Econômico, estima-se que as taxas de seguro aumentaram cerca de 25% nos últimos 16 meses.
No entanto, nem só de estatísticas negativas vivem as operações logísticas no Brasil: de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), medidas de gerenciamento de riscos têm feito com que a sinistralidade venha caindo desde 2015. O índice, que era de 68,1% no primeiro semestre de 2015, caiu para 64,7% no mesmo período de 2016 e para 59,5% em junho deste ano. “Nos primeiros seis meses de 2017, o total de prêmios diretos ficou em R$ 1,4 bilhão e o setor prevê que ao final o ano repita os quase R$ 3 bilhões de 2016, quando praticamente não cresceu. O impacto sobre o prêmio pago pelo cliente pode, segundo as seguradoras, ser aliviado com algumas medidas”, afirma a entidade.
Procurando reduzir os riscos em operações logísticas, seguradoras tem aplicado planos de contingenciamento e gerenciamento de riscos junto às transportadoras e fabricantes antes mesmo da contratação do seguro. As medidas aplicadas vão desde práticas que exigem um maior investimento, como escolta da carga e rastreamento com gerenciamento completo, até medidas mais simples e de menor custo, como restrições nos horários de embarque e limite no volume da mercadoria transportada.
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Fontes: O Globo e Valor Econômico