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Publicado em 29/06/2017

Mesmo com deflação em junho, contratos de saúde devem ter reajustes

O Brasil pode registrar em junho sua primeira deflação mensal desde 2006. A instabilidade política e econômica do país, a alta taxa de desemprego, a redução dos preços de combustível, a mudança da bandeira tarifária de energia, além de fatores como baixa pressão dos preços dos alimentos, resultado do clima mais ameno e de boas safras agrícolas, são apontados como as principais causas do ‘freio’ na inflação.

No entanto, especialistas acreditam que, se confirmada, a deflação de junho não deve se repetir nos próximos meses. Segundo o economista Flavio Romão, a deflação deste mês ainda é pouco para dar um parâmetro da situação econômica e a inflação tende a voltar a subir um pouco, fechando o ano por volta de 3,9%.

Apesar disso, a deflação de junho pode ter impacto em várias áreas, como nos reajustes de contratos de alugueis, mensalidades escolares, e vários outros contratos de serviços. O efeito não deve ser sentido de imediato, porém especialistas acreditam que há espaços para barganhar descontos e segurar reajustes.  De acordo com Ione Amorim, economista do IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor), em entrevista ao Estadão, “a deflação esperada para junho pode ajudar a reduzir o tamanho do reajuste desse contrato no futuro. Se num período de 12 meses houver variação negativa do índice em um deles, o avanço acumulado será menor”.

No caso de planos de saúde, que vêm registrando reajustes na casa dos dois dígitos – aumento defendido pelas operadoras para cobrir a inflação médica – os custos de itens setoriais, como, por exemplo, medicamentos, acabam sendo considerados como referência para estabelecer os preços dos contratos. Segundo dados da FenaSaúde (Federação Nacional de Planos de Saúde), o reajuste de preços feitos pelas operadoras de 2007 a 2016 foi de 115,4%, enquanto a inflação nesse período foi de 74,7% (IPCA). Este percentual varia para cada empresa contratante deste tipo de serviço, e, por isso, fazer uma avaliação destes contratos pode criar uma boa oportunidade para renegociação de apólices, evitando reajustes como os que temos vistos nos últimos anos.

Se confirmada, a deflação de junho será o momento ideal para rever contratos de seguros corporativos e tentar conter grandes reajustes. 

Fonte: Estadão


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